segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

7 de setembro de 1963
>>> quando tudo começou <<<



7 de setembro de 1963, final da Semana da Velocidade promovida pelo Automóvel Club do Estado de São Paulo (ACESP) em parceria com o jornal Folha de São Paulo que apesar de ser um das mais importantes mídias de comunicação da época e co-promotora do evento, pouco espaço destinou ao mesmo e quase nada veiculou sobre os treinos e a cobertura das corridas ( Três Horas de Velocidade e 500 Km de Interlagos).
Bom ... deixando de lado este episódio, este 500 Km de Interlagos, foi para mim o marco inicial da minha incursão no mundo do automobilismo esportivo e talvez por isto, é que eu seja um eterno apaixonado pelos carros Grand Prix das décadas de 50 e 60 popularmente chamados de “charutinhos”.
Até esta tarde de domingo, o meu contato com corridas de automóvel era apenas pelos relatos reservados dos meus tios (talvez em razão de um dos irmãos ter falecido em uma corrida de carretera) que constantemente eram monitorados e censurados pela minha avó, com medo que o “vírus” se propagasse na nova geração.
Mas por mais que “ela” fizesse, não houve jeito, o “vírus” veio e pegou em cheio a mim e em alguns primos que já andavam fazendo das suas, em rachas noturnos pelas ruas do Morumbi que eram classificados pela geração anterior (nossos pais e tios) como arruaças promovidas por um bando de transviados com os carros do papai.
Voltando àquela tarde de domingo, após o almoço dominical comandado pela matriarca (minha avó) e presentes todos os membros de seu clã, eu e meu primo Ricardo (dois anos mais novo e que infelizmente por arte do destino, hoje já não mais presente entre nós) sorrateiramente com o consentimento do meu pai e de meu tio Ciro (pai do Ricardo) rumamos ao Autódromo de Interlagos para assistir os 500 Km de Interlagos. Como todos os garotos da época, furamos a cerca do autódromo, e dispistando a cavalaria da Força Publica, conseguimos passar para o lado interno da pista e ai comodamente asssitir a corrida desde a sua largada.
O ronco daqueles motores Corvettes, misturados aos Simca, DKWs e Renaults e Alfa que motorizavam os Formulas Jr. construídos pelo Landi e pelo Bianco, e bravamente pilotados por Marinho Cesar, Jaime Silva, Marivaldo Fernandes, Wilsinho Fittipaldi, Luisinho P. Bueno e Celso Lara Barberis ( tragicamente vitimado nesta corrida com seu Landi-Alfa após colisão com a Maseratti Corvette de Amaral Junior ) estremeciam os nossos corações chegando a sacar algumas lágrimas de emoção por estar ali frente a frente com aquelas velozes e maravilhosas máquinas e seus destemidos volantes, que volta após volta disputada pelo anel externo lutavam pela liderança e melhores colocações.
Como diz o ditado, a primeira vez a gente jamais esquece, e assim foi, muitas outras corridas vim depois assistir e inclusive participar, mas aquele 500 Km de Interlagos de 1963 jamais saiu da minha lembrança.


OUTRO ASPECTO DA VOLTA DE APRESENTAÇÃO


CLASSIFICAÇÃO FINAL DA CORRIDA



OBS - Em 1963 eu tinha 15 anos de idade e meu primo Ricardo 13 anos. Quatro anos depois em 1967 sentia quase as mesmas emoções quando:
-  em uma Prova de Estreantes,  pilotava no retão de Interlagos o Volks 1200 cc generosamente emprestado pela  minha saudosa mãe, 
- tive a honra de conhecer um dos meus idolos de 1963, o piloto Marivaldo Fernandez que tristemente já não esta mais entre nós.


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5 comentários:

  1. O numero do fusquinha verde agua da Dna Luiza não era 32 não ?
    Lendo seu depoimento, lembro com muita saudade dos tempos lá da Av. Ibirapuera, do Seu Ruy e da Dna Luiza, das afanadas no carro dela e daquele Fiat 1100 da sua prima que a gente rachava lá no Ibira.
    Amigo um grande abraço, muita saúde e abra mais o seu caderninho, pois sei de muita gente que vae gostar e se emocianar como eu.

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  2. Hiperfernando,
    eu também estava lá nesse dia! Ao contrário de você, paguei ingresso (eu, não, meu pai...) e ficamos na Subida do Box (hoje o pessoal chama de Café), bem perto do morrinho que existia lá e onde bateu no Celso Lara Barberis, depois da colisão com o Amaral Júnior.
    Meu ídolo, na época, era o Marinho (meu pai tinha um DKW cuja manutenção era feito por ele, na oficina MM na Av. Sto. Amaro).
    Bons tempos...
    Abração,
    Luiz

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  3. Fabiani C Gargioni #26quarta-feira, 12 janeiro, 2011

    Realmente Hiper,a primeira a gente nunca mais esqueçe.A minha foi nas pistas de terra e tbém foi inesquecível,belo relato abraços!!!
    Obs:sempre que puder faça mais dessas postagens,obrigado!!!

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  4. Tambem estava lá no retao e vi o Celso ultrapassando alguns carros quando houve o toque com o Maserati do Amaral, corremos mas os cavalarianos nao deixaram a gente chegar perto.
    Nos treinos sai momentos antes do acidente do Bonotti.
    Tambem estreei em Interlagos em 1967 nas 2 Horas de Velocidade (Fuscas 1200) vencida pelo Emerson.
    Realmente a primeira vez ninguem esquece...

    Isvami Roberto Stoppa
    robertostoppa@yahoo.com.br

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