quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

AUTOMOBILISMO


7 de setembro de 1963

>>> quando tudo começou <<<


REEDIÇÃO DA  MATÉRIA PUBLICADA EM 10/01/2011

7 de setembro de 1963, final da Semana da Velocidade promovida pelo Automóvel Club do Estado de São Paulo (ACESP) em parceria com o jornal Folha de São Paulo que apesar de ser um das mais importantes mídias de comunicação da época e co-promotora do evento, pouco espaço destinou ao mesmo e quase nada veiculou sobre os treinos e a cobertura das corridas ( Três Horas de Velocidade e 500 Km de Interlagos).
Bom ... deixando de lado este episódio, este 500 Km de Interlagos, foi para mim o marco inicial da minha incursão no mundo do automobilismo esportivo e talvez por isto, é que eu seja um eterno apaixonado pelos carros Grand Prix das décadas de 50 e 60 popularmente chamados de “charutinhos”.
Até esta tarde de domingo, o meu contato com corridas de automóvel era apenas pelos relatos reservados dos meus tios (talvez em razão de um dos irmãos ter falecido em uma corrida de carretera) que constantemente eram monitorados e censurados pela minha avó, com medo que o “vírus” se propagasse na nova geração.
Mas por mais que “ela” fizesse, não houve jeito, o “vírus” veio e pegou em cheio a mim e em alguns primos que já andavam fazendo das suas, em rachas noturnos pelas ruas do Morumbi que eram classificados pela geração anterior (nossos pais e tios) como arruaças promovidas por um bando de transviados com os carros do papai.
Voltando àquela tarde de domingo, após o almoço dominical comandado pela matriarca (minha avó) e presentes todos os membros de seu clã, eu e meu primo Ricardo (dois anos mais novo e que infelizmente por arte do destino, hoje já não mais presente entre nós) sorrateiramente com o consentimento do meu pai e de meu tio Ciro (pai do Ricardo) rumamos ao Autódromo de Interlagos para assistir os 500 Km de Interlagos. Como todos os garotos da época, furamos a cerca do autódromo, e dispistando a cavalaria da Força Publica, conseguimos passar para o lado interno da pista e ai comodamente asssitir a corrida desde a sua largada.
O ronco daqueles motores Corvettes, misturados aos Simca, DKWs e Renaults e Alfa que motorizavam os Formulas Jr. construídos pelo Landi e pelo Bianco, e bravamente pilotados por Marinho Cesar, Jaime Silva, Marivaldo Fernandes, Wilsinho Fittipaldi, Luisinho P. Bueno e Celso Lara Barberis ( tragicamente vitimado nesta corrida com seu Landi-Alfa após colisão com a Maseratti Corvette de Amaral Junior ) estremeciam os nossos corações chegando a sacar algumas lágrimas de emoção por estar ali frente a frente com aquelas velozes e maravilhosas máquinas e seus destemidos volantes, que volta após volta disputada pelo anel externo lutavam pela liderança e melhores colocações.
Como diz o ditado, a primeira vez a gente jamais esquece, e assim foi, muitas outras corridas vim depois assistir e inclusive participar, mas aquele 500 Km de Interlagos de 1963 jamais saiu da minha lembrança.


OUTRO ASPECTO DA VOLTA DE APRESENTAÇÃO


CLASSIFICAÇÃO FINAL DA CORRIDA



OBS - Em 1963 eu tinha 15 anos de idade e meu primo Ricardo 13 anos. Quatro anos depois em 1967 sentia quase as mesmas emoções quando:
-  em uma Prova de Estreantes,  eu pilotava no retão de Interlagos o Volks 1200 cc generosamente emprestado pela  minha saudosa mãe, 
- tive a honra de conhecer um dos meus idolos de 1963, o piloto Marivaldo Fernandez.

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MAIS UMA VEZ QUERO AGRADECER A TODOS OS

 AMIGOS E SEGUIDORES QUE POR AQUI PASSARAM,

PRESTIGIANDO O MEU TRABALHO, E RENOVO OS 

MEUS VOTOS DE UM FELIZ 2013 A TODOS VOCÊS E 

SEUS FAMILIARES.

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4 comentários:

  1. Fernandão, como da 1ª vez que li este texto hoje voltei a me emocionar,obrigado.Você sabe que eu também estava lá, apenas demoramos mais 35 para nos conhecermos!
    No carro madrinha Greco e alguém que conheci mas o nome não me vem à cuca!

    Um abração

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  2. Oi Rui,

    Obrigado pela visita, realmente aquele foi um grande dia somente ofuscado pela morte do grande Celso Lara Barberis.
    Um grande abraço e um 2013 muito feliz e de muita prosperidade.

    Abs,

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  3. Fernando, eu também estava lá. Em minha memória ficou gravada a nuvem de poeira levantada pelo Landi-Alfa quando se chocou com o barranco que existia na Junção. Lembro-me também de ver o Wilsinho gesticulando dentro de seu Landi-Bianco-Gordini, tentando avisar a todos do acidente.Em 1963 eu tinha um DKW, cuja manutenção era feita na Mecânica MM. Preciso dizer para quem era minha torcida nessa prova? Se não me engano, devo ter filmado a prova em 8mm. Vou procurar nos "arquivos de seu Guima".
    Forte abraço e, embora tarde, retribuo os votos de um grande 2.013.

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  4. Oi Luiz,

    Que diferença, ontem pelo que vi no blog do Ferraz, não havia "ninguem" nas arquibancadas de Interlagos, ao passo que nas décadas mais conhecidas como os "anos dourados doa automobilismo nacional" apesar de todas as dificuldades de condução, Interlagos ficava sempre lotado como este 500 Km de 1963.
    Este seu "8mm" é um tesouro, caso voce o encontre, e tiver interesse, poderemos montar um clipe igual ao dos 500 KM de Porto Alegre que pode ser visto no YOUTUB no seguinte endereço: "https://www.youtube.com/watch?v=TW_UtLjyM80"

    Abs,



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